domingo, 8 de fevereiro de 2009

Vendo os dias passarem

Ok... todos sabem dos meus períodos improdutivos e esse é mais um.
A grande diferença é que eu nunca busquei explicá-los, nunca tentei mostrar o que se passa na minha mente em um momento como esse.Bom, dizem que pra tudo se tem uma primeira vez...

Enfim, o que pode ser tão grande ao ponto de me fazer parar (por enquanto temporariamente) de escrever? A resposta é bem simples: a ausência do elemento mais essencial, o sentimento.
Sem amor, sem dor, sem ódio, sem tristeza, sem felicidade, sem angústia, e estranhamente eu estou bem na pele desse ser inanimado ...
Equilíbrio, isso poderia ser uma boa resposta para toda essa minha passividade...Quando dois fatores se equilibram, eles automaticamente se anulam, e é assim que eu me sinto.

Anestesiada, e ao fim de cada dose, quando começo a recobrar meus sentidos, novamente meu corpo dispara algo que deixa novamente nessa embriaguez passiva. Ao ponto de eu estar escrevendo estas palavras pela própria racionalidade...
Mas, o cantrário do racional não estaria no emocional? Se existe esse tal equilíbrio, por que o racional teima em aparecer?
Na verdade existe um terceiro fator perdido aí no meio: o instinto
Enquanto todo meu lado emocional jaz a sete palmos, o meu instinto tráz à tona meu lado racional. A falsa idéia de substituição que só deixa um buraco dentro de mim...

Eu sei que o que realmente importava permanece dentro de mim, aprisionado em um canto, desfrutando da passividade, tendo permissão para viver, mas não tendo como se alimentar, se submetendo à toda frieza que hoje teima em me habitar.

Talvez eu devesse chamar isso de Síndrome do tanto faz... afinal de contas, essa seria a resposta para qualquer coisa que me perguntassem nesse exato momento.

E talvez o sintoma mais expressivo esteja ligado ao fato de não haver nada que eu deseje neste instante. NADA! absolutamente NADA!

E o que me mantém viva? O acaso? O destino? Estou apenas deixando que eles ajam, seguindo as leis naturais...

Mas, seguir as leis naturais também não implicaria em sentir?

E eu nem ao menos desejo jogar essa racionalidade toda pelo cano!

Como pode estar tudo certo estando tudo errado?
Aliás, está mesmo certo? Como eu posso saber se não sinto.

Estaria eu destruída? Eu não tenho uma resposta.

As coisas que eu não sei são exatamente as quais eu compreendo

Aonde eu me abandonei?

Eu nem ao menos desejo saber esta resposta, nem esta, nem nenhuma outra...

E assim eu vejo os dias passarem por mim...

2 comentários:

Darkness Maiden disse...

Uau! Poesia em prosa!

Unknown disse...

Incogita...insípida... menos uma...


Encontro seus ecos em meus poemas...

Eu te compreendo...