sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Eu permaneço vivendo

Mais uma noite, a solidão se abate sobre mim
E por mais que eu acredite que tudo tem um fim
Este apocalipse teima em não chegar
Quantas feridas meu coração ainda poderá carregar?

A necessidade de se conviver com a ausência diariamente
Razão de todos os erros que eu não posso mudar por mais que eu tente
Minha alma congela não consigo achar meus sentimentos
Mas ainda assim você insiste em povoar meus pensamentos

Deixe a vela queimar enquanto o tempo ainda é suficiente
A minha maior dor é ter me tornado consciente
Buscar sinais reais em cenas de ilusão perdidas
Ouvir as mesmas palavras corrompidas

A dor é o meu escudo, minha reclusão apenas um desejo
A salvação para o coração daqueles que hoje apedrejo
Nada me poderá me atingir durante a queda que se aproxima
Já não existe nada que não me deprima

Caminho sem mover meus pés
Rumo à uma parede que eu não consigo ver através
Todo lugar é o mesmo se estou desacompanhada
A dor é sempre a mesma em todas as madrugadas

Luto contra meu destino
Me tornar o que eu mais abomino
Ao mesmo tempo em que aprendo a odiar o que eu sou
Aquela mesma velha impressão de que o passado ainda não acabou

Se meu sangue não está no chão é porque não há mais o que derramar
Se meu florete permanece cravado no meu coração é porque não há mais o que cortar
E eu permaneço vivendo
Mas tudo que eu queria era que pudessem ver o quanto eu estou morrendo

Um comentário:

Rafaela Rocha disse...

Mais uma vez meu espirito encontraram eco em suas palavras.
Amo-te Lady