sábado, 11 de outubro de 2008

A marionete, a moeda e o tempo- A história de um fim

A marionete que se torna a manipuladora,
Fazendo com que fios sejam puxados
Oferecendo em troca falsos favores
Jogo perigoso
Aonde está minha alma agora?

O vazio
Todos os sentimentos se foram
Mas eu estou no mesmo lugar
A última moeda a ser apostada
Já não existe estrada a ser seguida

Um último suspiro antes que a ferida se abra
Mas eu não sinto a dor, eu não sangro, já não choro
É como se tudo passasse diante de meus olhos e eu apenas assistisse
Nem a eternidade me seduz mais...
Por que continuar vagando?

O tempo se tornou apenas mais um fator insignificante
As folhas do calendário se despreendem uma a uma
Mas eu continuo sempre vivendo o mesmo dia
Nada mais me importa, não há rumo
O que restou de mim foi apenas o lado frio que brinca com as situações

O instinto não me chama
A escuridão nada mais é do que um reflexo do que um dia eu fui
Hoje não sou mais nada
Apenas aquela que mistura as palavras mas não as sente
O futuro é um sonho que não me permito ter

O cansaço de permanecer respirando
A tortura de abrir os olhos todo dia
A falta de ambição
Meu próprio caos, construido em cima da tranquilidade com a qual lido com tudo isso
Meu próprio fim, escrito com as palavras com as quais falsifiquei meus sentimentos

Um comentário:

Rafaela Rocha disse...

Profundo, como sempre.

Cada dia que passa, seu talento é mais gritante :D