sábado, 27 de setembro de 2008

Uma vela que nunca deixará de queimar

E essa é a hora em que eu sangro
A causa de todo meu sofrimento está em mim mesma...
Acreditar em uma verdade que não prevalecerá
Só mais uma lágrima, em breve eu não pertencerei a este lugar
As cenas passam rápido pelos meus olhos, eu não posso mais suportar
Não existe explicação, fecho meus olhos, mas já não vivo mais de ilusões
Sei exatamente aonde eu caminho, sei que piso em muitos dos meus próprios sentimentos
Agora me encontro cansada do meu próprio jogo
Minhas mãos se agarram a esta corda na fútil esperança de que alguma coisa possa mudar...
O que começa desse jeito não terminará diferente...
A guilhotina ou a convulsão,
Dois caminhos que me levarão para o mesmo lugar
Não me deixe aqui...
Meus olhos já refletem tudo que não existe em mim
Mas porque ninguém compreende a minha tristeza?
Por que nem eu sei o que de real existe em mim?
E eu regresso, a volta dolorida
A certeza que só aumenta minha angústia
Eu assisto minha alma se esvair dando lugar ao vazio
Me segure pela mão, não permita que eu me perca
Uma decisão a tomar, mas a dor sempre virá
E as palavras nunca serão claras o suficiente
A tormenta, existem coisas que não devemos buscar
Caminhar sozinha, um destino que se aproxima
O preço de um erro, a punição por fazer o certo
Ambos irão doer muito ainda
Anjos, será que ainda existem?
Por onde se escondem?
Outro desvaneio, um brinde em companhia do onírico
Eu posso te ver caminhar
Eu te sinto, essa é a minha caçada agoniante
A cada dia mais selvagem
O fim da minha racionalidade, e agora o fim de meus sentimentos
Resta apenas o instinto
O barulho não foi suficiente, eu pude ouvir...
Eu me sento perto da porta, mas não me atrevo a cruzá-la
Assisto por um pequeno vão a vida que eu nunca vou ter...
Aonde está o fim?
Quem irá apagar a última luz?
Não há nada que o tempo não leve embora
Eu só queria poder parar, mas sempre será um pouco tarde de mais
Um último suspiro
Uma última permissão que será aguardada eternamente
Acreditar cegamente no impossível
Até quando eu vou construir esse mundo de ilusões
Eu sei que em poucos segundos ele se demoronará
E ainda assim o construo para que seja mais uma vez derrubado
Se este não for o caminho da insanidade então nenhum outro será
Uma nova batalha, pelos mesmos motivos de sempre
Será que os novos ferimentos ocuparão o lugar das velhas cicatrizes?
Quantas mais serão necessárias?
Eu cansei de contar, cansei de fingir, cansei de estar aqui, cansei de acreditar
Nem ao menos sei a causa disso tudo, só me restou a culpa para carregar
Sonhos que se foram com as minhas perdas
E sempre vai haver
Uma vela que nunca deixará de queimar.

3 comentários:

Darkness Maiden disse...

impressioante como você consegue sempre melhorar

Rafaela Rocha disse...

Mais uma vez suas palavras encontraram eco na minha alma...
ou será minha alma que guiou suas palavras.
A cada dia vc se supera garota,
te adoro
bjus

Unknown disse...

Uma vela que nunca deixará de queimar...

Sim, essa é a vida de um poeta, de um escritor, de um artista...

Nossos sofrimentos, angústias e esperanças, sempre serão as mesmas....eternas...

Por suportá-las todas as vezes em que surgem, é que sabemos que ainda de pé e sentindo o ar encher nossos pulmões...

Não importa quantas vezes as desgraças nos atingem... sempre estamos aqui, refletindo e expressando tudo o que nos açoita...

Isso é o que nos faz cada vez mais fortes...!

Chriss, meus parabéns, muito bem escrito, palavras muito bem escolhidas, ficou ótimo!

(y)

^^

Aguardo pelos próximos!

*-*